Quisera eu ter a virtude da coragem
Cortar, de minha própria carne
Nacos imensos de mediocridade,
Com a adaga afiada da atitude.
Pudera eu dizer “ te amo” mas o lastro
Desse ato tem amarras profundas;
Desatá-las, revolveria o chão dos oceanos.
Quisera te falar do meu desejo
Não o imediato que quero cortado
Pelo aço epifânico,
Mas do desejo completo, forjado no fogo
Da tua ausência.
Pudera eu tê-la comigo em silêncio
Profundo.
Quando eu me sentisse impregnado de ti
Da pele ao âmago,
Negaria convicto,a importância do mundo.
Quisera..., pudera...
Eu faço de mim um jogo de quimeras
E a minha única vida se perde
Em tempos imperfeitos.
(Poema inspirado no filme "Moça com Brinco de Pérola",
de autoria do Poeta Vincente Paulo)