Eu tenho uma espécie de dever...

De repente encontrei este Poema de Fernando Pessoa,
e vi que ele era tudo que eu queria acreditar
e obedecer neste momento.
A gente sempre acha que é eterno,
que determinadas coisas nunca aconteceriam
conosco, a gente na realidade se acha imortal!
De repente vem um resultado de um exame,
e a gente vê, o quão frágil  nós somos
e quão dependentes da vontade de Deus!
Do cuidado dos pais, do marido e dos filhos,
da assistência dos irmãos,
e do carinhos dos amigos!
Eu não acredito que participei ainda de todos
os espetáculos que eu deveria participar,
sei que ainda tem muitos palcos
que eu quero inventar e me apresentar nesta vida!
Ainda tem palavras que quero dizer, e nunca disse...
ainda tenho lugares pra conhecer...
ainda tem coisas que quero fazer...
e alguns erros mais pra cometer!
Quem sabe ter tempo pra  acertar também!
Ainda quero escrever muita bobagem e
quem sabe escrever um grande poema!
Muito obrigada a todos que torcem por mim!

Leilah Libaino abr 2011

A Grande Dor das Coisas que passaram - Carlos Drummond de Andrade

O Outono

Eu vivia no Outono,
Eu achava os dias um pouco tristes,
mas também, lindos, doces
Porém você veio e mostrou-me o verão
Com  alegria, muita luz e um calor aconchegante
E com o verão, veio às tempestades!
Com tristezas e escuridão!

O que eu acreditava ser amor...
Era comodidade de uma vida morna
O que eu achava perfeição...
Era rotina e falta de perspectivas
Eu achava que tinha tudo!
Porque eu já não desejava mais nada
Eu acreditava que tinha realizado todos os meus sonhos
Pois eu já não sonhava mais...

Com você veio o amor e também a solidão
Veio à surpresa da chegada
E o tormento da partida
O morno entrou em ebulição e
Com você veio...
A necessidade de algo que nunca se satisfaz!

Leilah lib

Soneto de Separação - Vinícius de Moraes

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
e das mãos espalmadas fez-se o espanto.

De repente da calma fez-se o vento
que dos olhos desfez a última chama
e da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama

De repente, não mais que de repente
Fez-se do triste o que se fez amante
e de sozinho o que se fez contente

Fez-se do amigo próximo o distante   

Fez-se da vida uma aventura errante

De repente, não mais que de repente

Vinícius de Moraes

Lágrimas -

Ah...quanta vez o pranto derramamos

por coisas fúteis ou paixões banais;

quantas vezes no choro lamentamos

a perda de valores materiais.

Também sofremos e também choramos

em lacrimosos e doloridos ais

pelos que um dia em nossa vida amamos

e aos quais no mundo não veremos mais!

Porém, se a mágoa turva o teu olhar,

tira de ti tão depressivo enleio

doando aos tristes o teu dom de amar!

E então verás, nesse teu novo anseio,

que só não encontra tempo pra chorar

o que o gasta a enxugar o pranto alheio!

Humberto Rodrigues Neto